quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Carta aberta de Lideranças Evangélicas aos brasileiros

 

Conforme se aproximam as eleições, o tom dos ataques contra a democracia está esquentando. Os evangélicos são os principais alvos desta narrativa: alguns relataram que não se sentem livres para votar em quem quiserem pois muitos pastores estão confundindo fé com religião, e usando de sua posição para orientar os votos dos fiéis.

              Mas um corajoso grupo de líderes evangélicos escreveu esta carta em defesa da democracia - e agora eles precisam do nosso apoio para garantir que mais cristãos tenham acesso a esta mensagem e se sintam motivados a lutar pela paz nas eleições. A carta também está aberta para pessoas de qualquer religião (ou religião nenhuma) que concordem com a mensagem.

              Garantir um estado laico é também garantir a liberdade de escolher. Não permitiremos a instrumentalização da fé para acabar com nossa democracia.

 

 

Carta Aberta de Evangélicas e Evangélicos pelo Brasil

 

Nesse momento atual, de muitos desafios para o nosso país, como a fome, o desemprego e subemprego que causam sofrimento a tantas famílias; nesse tempo de tantas divisões e conflitos entre muitos lares e igrejas; e de muitas mentiras que circulam em redes sociais, nos unimos a irmãos e irmãs - cristãos de diversas igrejas em todas as partes do Brasil para juntar nossas forças, orar e agir em defesa do bem estar para todos, da democracia brasileira, do processo eleitoral e do respeito ao resultado das urnas.

Passados mais de 200 anos da chegada dos primeiros protestantes em nossa terra, percebemos que temos nos distanciado dos valores humanos e evangélicos que eles nos deixaram, ideias de liberdade, democracia e dignidade humana.

Trazendo na bagagem a fé evangélica, eles não vieram para promover ódio e intolerância religiosa. Tinham a esperança de ajudar a construir um país abençoado, onde pessoas diversas pudessem conviver em paz. 

Lamentamos profundamente que a política esteja contaminando esta fé com a mentira, as fake news, os discursos raivosos e um autoritarismo que não tem nada a ver com a mensagem libertadora de Cristo.

Oramos por nosso país e clamamos a Deus por democracia, direitos, justiça e paz. Somos um pela democracia, porque somos um pelo pão, pela verdade, pelo respeito, pela justiça, pela paz.

Somos um pelo pão de cada dia. Oramos e defendemos que os mais pobres do Brasil deixem de passar fome e tenham alimento digno pois Deus é amor e nos ensina a compartilhar e amar o bem comum. (Mateus 6.11; Marcos 6.30-37; 2 Coríntios 8.14, 15; 1 João 3.16, 17).

Somos um pela verdade e contra notícias falsas e discurso agressivo que tem dividido famílias e separado amigos e irmãos. Oramos pelo seguimento à orientação dos apóstolos de não se deixar levar pela “esperteza dos homens que induzem ao erro. Antes, seguindo a verdade em amor” (Efésios 4.14-16).

Somos um pelo respeito. Defendemos e oramos por diálogo sem ódio e sem violência, mas com coragem de manifestar o amor mesmo quando discordamos, lembrando sempre do mandamento de Jesus: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei." (João 13.34)

Somos um pela justiça. Defendemos as instituições democráticas que, mesmo imperfeitas, garantem nossos direitos. Oramos para que seus princípios sejam respeitados, seguindo a orientação bíblica de  "Dar a César o que é de César, e a Deus, o que é de Deus.” (Mateus 22.21; 5.20; 6.33) 

Somos um pela paz. Defendemos e oramos por eleições pacíficas, sem armas e ameaças. Pois "a mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz". (Romanos 8.6; 12.17-21)

Como Jesus  nos fez um, sejamos um pelos princípios que ele nos ensinou a amar.


Que Deus abençoe o nosso país, para que “a justiça corra como um rio perene” (Amós 5.24). 


Amém!



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