terça-feira, 13 de setembro de 2022

Mantendo a História viva - As lições de Eisenhower

 

Ponha-se na Presidência qualquer medíocre, louco ou ignorante, e vinte e quatro horas depois a horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, e de que tudo o que faz está certo. Em pouco tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso ". 

                    OLYMPIO MOURÃO FILHO, in "Memórias: a verdade de um revolucionário"


O Horror em 3.560 Frases  (Download do livro)


O que leva um homem no uso do poder a manipular dados, ameaçar os pilares da democracia, mascarar fatos comprováveis, sustentar falsas verdades que não pode comprovar, além de negar todo e qualquer tipo de evidência científica?

O general Dwight D. Eisenhower não teve a menor dúvida do que fazer quando, sufocado o nazismo pelas forças aliadas, chegou com seus homens aos campos de concentração: ele ordenou que fossem tiradas tantas fotos quanto possível das valas comuns repletas de ossos, roupas dos prisioneiros, condições sub-humanas a que foram submetidos, cadáveres esqueléticos empilhados uns sobre os outros, como pirâmides de carne num açouque macabro. 

Mandou que tirassem fotografias de cada barraco em que foram colocados,  naquele inverno insuportável para seus corpos nus, dos arames farpados que cercavam os campos, dos fornos crematórios para o extermínio humano, dos uniformes imundos, das torres de vigilância de onde se metralhava os que tentavam escapar, das armas usadas pelos soldados de Hitler, e dos instrumentos de tortura. Quis fotografar sobreviventes tão perto da morte que quem olhasse as fotos não pudesse devolvê-las sem se indignar, sem expressar horror ou vislumbrar o alcance da ignomínia humana.

Eisenhower exigiu que todos os habitantes alemães das cidades vizinhas fossem levados aos campos de concentração para ver a realidade dos fatos, e que os civis fossem obrigados a enterrar os corpos dos mortos. E então explicou: "Vamos reunir o máximo de documentação possível – imagens filmadas, fotografias, depoimentos de testemunhas e vítimas – porque chegará o dia em que algum idiota se levantará e dirá que isso nunca aconteceu". 

Devemos aprender a lição que ele quis transmitir à humanidade, levar em conta cada registro e cada palavra dita , repeti-las muitas vezes, pois também haverá os que duvidarão que ele disse isso, boicotando a História construída bem longe dos olhos da maioria. Seus subterrâneos – que durante o poder foram muito bem maquiados  – precisarão ser trazidos à luz, e jamais relegados ao esquecimento.

 

 

Todo horror levado à humanidade começa por uma ideia fascista a que não se dá crédito, não sendo combatida logo em seu início.


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