Civilidade & Cidadania
sexta-feira, 11 de outubro de 2019
CIVILIDADE & CIDADANIA - Dicas do Chico Esperto XI
Tô eu aqui de novo
para mais uma dica. E dessa vez a coisa é séria! Tão séria que meu pai falou
que isso era assunto pra ser tratado de adulto pra adulto, e então eu resolvi
abrir de novo o espaço pro Seu Zeca, pois como vocês já perceberam, ele sabe
das coisas e vai poder explicar tudinho melhor do que eu. Então assume o
comando, Seu Zeca, que o timão do barco hoje tá com você!
Bom dia, pessoal!
Cá estou eu de novo
por outra especial deferência do Chiquinho – o “Chico Esperto”, de todos vocês.
Realmente eu disse a ele que queria tratar disso no blog dele, pois que o
assunto é mesmo uma “briga de cachorro grande”, e merece muita atenção não
apenas por parte dos pequenos, mas por seus papais, e daí porque quis mostrar
como a coisa funciona para quem ainda não viveu essa experiência, que também
entrou na nossa casa pela primeira vez, e o negócio é sério.
Desculpe se a
comparação possa parecer um tanto mórbida, mas como professor estou sempre
atrás do modelo mais didático para facilitar o entendimento, e foi o que mais
me pareceu fácil de comparar: a
infestação de cupins em uma casa acontece por um processo exatamente igual a de
um câncer em estágio de metástase! Desculpem se parece pesado, mas me refiro ao
processo de instalação e combate, e não à tragédia em si que não pode servir
como parâmetro, claro! Mas fica fácil de ser entendido a partir de um exemplo
que a maior parte das pessoas conhece pelo menos de ouvir falar.
Para ser o mais
objetivo possível vou usar as fotos para ilustrar o texto, e basta vocês
prestarem atenção nos diferentes estágios.
Da vez anterior em que eu abordei o assunto, como vocês sabem, eu pensei
ter vencido a guerra, mas eles voltaram. Desta vez apanhei bastante mas já
entendi como funciona a coisa, daí porque vai ser difícil que causem estragos
de novo. Então vamos direto ao ponto:
Nessa primeira imagem
abaixo vocês podem ver que a infestação começou no armário maior do conjunto de cozinha, que é justamente a da despensa. A razão é simples: onde tem muita coisa junta, mais difícil de
serem descobertos. E quando você os descobre... Nossa! A infestação pode ter
atingido níveis alarmantes. E aí ficar com pena de danificar o que for preciso
não vai ajudar em nada (veja que foi o que fiz da última vez e eles
voltaram!). Então é o seguinte: apertar cada pedaço de madeira para ver o que não está
absolutamente firme, e no que se mostrar macio e fofo é meter a ferramenta ali
e abrir mesmo, como fiz nas partes em que aparecem esses buracos aí. O buraco maior é
um quadro de energia desativado que havia na parede por trás. Eles o usaram
como “galeria” para acessar o armário por dentro. Não há solução senão abrir,
não tem jeito! Como um câncer, os cupins se espalham rápido e se a metástase já
cresceu só com cirurgia mesmo, para extirpar os focos e impedir seu
avanço.
Como acho que já
falei, eles entraram a partir dos pedaços de madeira que eu guardava sobre o
armário, e aí se infiltraram por trás, rente à parede, para dentro do móvel. A
solução foi raspar tudo em cima até onde o teto do armário permaneceu rígido, e
aí borrifar o remédio em profusão para ele escorrer lá para dentro, por trás do
fundo do armário. Eles não estarão muito no fundo se a madeira permanecer
ainda rígida. O negócio é não deixar nada fofo, e matar todos os bichinhos que sairão
correndo quando você cutucar a madeira fofa e remover o pó da que estiver soltando, limpar
bem, e borrifar o remédio sem fazer economia para que escorra até bem mais abaixo. A
segunda sequência de fotos já mostra o armário reorganizado com as coisas
repostas nele, e agora o cuidado é com a maneira de organizar tudo, para que
os bichos não voltem. Só não aposte nisso, pois eles vão continuar tentando
enquanto houver sobreviventes ocultos no ninho, e aí você terá um combate ainda meio
longo pra travar. De novo: o câncer não
acaba na cirurgia, e você tem que ficar vigilante durante um bom tempo para
certificar-se de que foi extirpado de uma vez por todas. Na figura abaixo segue
o passo a passo:
Na foto 1 notem que toda miudeza do armário foi agrupado sobre “mini palets”, essas pequenas
bases que permitem ser afastadas ou retiradas em grupos para ver o que está por
trás (já pensou ficar retirando tudo um a um? Você não iria fazer outra coisa
na vida). Lembrem que os bichos avançam pelos cantos, e eles precisam ficar
SEMPRE À MOSTRA. Os “mini palets” permitem que você recue e olhe o que está por
trás logo que começam a se mostrar, bem no comecinho ainda. Na Foto 2 notem que
o buraco não foi fechado e continua lá. Razão disso. Se for fechado e algum
cupim restou lá, vai ter que quebrar tudo de novo. Então deixe aberto pra
manter a vigilância até certificar-se que nunca mais voltaram. Nas Fotos 2 e 3 se
percebe que todas as coisas não escondem os cantos, deixando os extremos das
prateleiras visíveis todo o tempo. NADA escondendo os cantos, e coisa alguma
encostada às laterais ou ao fundo do armário. Tudo bem livre! Foto 4: reparem
como coisas pequenas ficam agrupadinhas em caixas de plástico COM JANELAS. Usei
essas de sorvetes onde abri janelas com tesoura para ver o que tem dentro sem
precisar procurar nada. Fácil de visualizar, afastar ou retirar. Os cupins não
comem plástico, daí a escolha pelas caixas de sorvetes, mas eles podem se esconder
embaixo delas (e até dos vidros e latas), daí porque deve sempre afastá-las e
olhar se embaixo não tem marcas de terra. Assim evitem caixas de papelão, pois
eles gostam de fazê-las de sobremesa! Nas demais fotos da série vai perceber
que tudo o que não está acondicionado da forma explicada ficou suspenso ou sobre
armações com pés que os bichos não alcançam e deixam todos os cantos visíveis!
As três fotos agora
da figura 3 acima mostram que os cupins conseguiram dar um jeito de passar para
a cristaleira ao lado da despensa, que compõe o conjunto de cozinha.
Descobrí-os há pouco, e parti para o ataque, para que não se infiltrem a ponto
de causar danos à cristaleira, bem mais visíveis porque esta possui as portas
de vidro e, claro, vai interferir na estética da cozinha inteira. Limpei e
tratei, e agora é estar atento para retirar cada pontinho preto que surgir de
modo a que não avancem, além de borrifar o vinagre nas juntas. IMPORTANTE: o vinagre de qualquer tipo resolve se você
pegar a infestação no começo. Entáo uso por dentro dos compartimentos, onde
estão louças de uso e mantimentos, pois que o veneno pode ser muito arriscado
se aplicado em local que contém alimentos. Mesmo vedados, melhor prevenir que
remediar!
Vejam na última foto o conjunto de
armários agora todo organizado novamente e também pelo lado de fora. Tudo em
ordem, guardadinho no lugar, e sem danos visíveis comprometendo a estética da cozinha.
Não foi preciso deixar nada do lado de fora mais do que o tempo necessário para
a raspagem e limpeza das prateleiras, e o trabalho agora é todo dia recuar uma
coisinha aqui, outra ali, para examinar os cantos e “botar a boca no trombone”
ao primeiro pontinho preto. Dessa forma eles não vão conseguir avançar, e não
só seu armário, mas sua casa inteira continuará a salvo! Vocês não têm idéia do estrago que esses
bichos conseguem fazer numa casa. Uma última recomendação é esta: se eles se infiltraram na cozinha, nada
impede que alguns tenham ido para outros cômodos, e então uma VARREDURA GERAL
em cima de guarda-roupas e demais móveis nunca é demais, nem que seja para se
certificar de que não chegaram lá. A dica é não acumular coisas, e manter
guardado apenas aquilo que possa sempre estar afastando e olhando atrás. Se os
cupins tivessem chegado à parte do bufet, por exemplo, eu estaria em maus
lençóis, pois que guardo ali jogos de jantar, louças e porcelanas que são
pesadas e difíceis de remover. Então uma olhadinha eventual evita algumas “tragédias”,
como uma prateleira desabar porque eles a roeram toda por dentro, e conseguirem
espatifar todas as suas louças e sua coleção inteira de cristais, já pensou? Então cautela, pessoal, e aí fica a dica!
